2. SOBRE DEUS SER CONSIDERADO DE ACORDO COM A SUA NATUREZA
1. Deus é bom por uma necessidade natural e interna, e não livremente; esta expressão é claramente explicada pelos termos "não constrangidamente" e "não servilmente".
2. Deus conhece de antemão as coisas futuras através da infinidade de sua essência, e através da perfeição preeminente de sua compreensão e presciência, não que Ele as tenha desejado ou decretado a fim de que necessariamente aconteçam; contudo se Deus não as conhecesse de antemão, exceto por serem futuras, elas não seriam futuras a menos que Ele as decretasse quer as efetuando ou as permitindo.
3. Deus ama a justiça e suas criaturas, porém ele ama a justiça mais do que as criaturas, de onde seguem duas conseqüências:
4. A primeira, que Deus não odeia a sua criatura, a não ser por causa do pecado.
5. A segunda, que Deus realmente não ama criatura alguma para a vida eterna, exceto quando considerada como justa, seja por justiça Legal ou Evangélica.
6. A vontade de Deus é corretamente e utilmente distinguida entre antecedente e consequente.
7. A distinção da vontade de Deus entre secreta (beneplácito) e revelada (significado) não pode suportar um rígido exame.
8. Justiça punitiva e misericórdia não são, e nem podem ser a causa do movimento anterior (προηγουμεναι) ou final do primeiro decreto, ou de sua primeira operação.
9. Deus é abençoado em si mesmo e no conhecimento da sua própria perfeição.
Ele, portanto, não tem necessidade de nada, e nem necessita de qualquer demonstração das suas propriedades pelas operações externas: Porém, se Ele o fizer, isto concorda com a sua pura e livre vontade, contudo nesta declaração convém se observar certa ordem segundo os vários egressos de sua bondade, e isto de acordo com a prescrição de sua sabedoria e justiça.
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